O amor, em seu estado mais puro flui de forma leve...


Raro mesmo, é ter quem consiga descrever a  delicadeza,
a complexidade  de coisas que mechem com a alma. 
Assim são as flores...
Semeadas na inocência de criança, 
cultivadas na inquietação de adolescente...

O vento, os pássaros, a vida,

levam pra outros jardins, as sementes

Ontem, delicadas, nasceram nos jardins da infância.

Hoje, serenas, cultivadas nos jardins da alma...

(Regina Paoli)


 O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois, vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos
antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.

É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.

 É o sol de outono: nítido, mas doce.

Luminoso, sem ofuscar.
Suave, mas definido.
Discreto, mas certo.

  Artur da Távola

 


Vem sem receio: eu te recebo
Como um dom dos deuses do deserto
Que decretaram minha trégua, e permitiram
Que o mel de teus olhos me invadisse.

Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado.

Quero que o meu amor te seja enfeite
E conforto, porto de partida para a fundação
Do teu reino, em que a sombra
Seja abrigo e ilha.

Quero que o meu amor te seja leve
Como se dançasse numa praia uma menina.

Lya Luft, 

Os sonhos vivem na alma...



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