Parte XXXIII (Penultimo capítulo) A vida é muito breve, um sopro na poeira do tempo... Paulo Roberto Gaefke

Intensa nos sentimentos, Íxia, vivia se equilibrando entre suas instabilidades,
Aprendera a língua do calar; as vezes silenciava...
Acreditava que chegara ao ponto de dividir telepaticamente emoções;
Bobagens! Pura ilusão...
Aquele amor era meio que "egoísta" crescia  das suas  fragilidades e expectativas.
Ainda que tivesse sido  um exercício puro, intenso,

e a tivesse acalentado por tanto tempo, era vazio, pois iniciava e terminava  em si mesma...
Reconhecer que nunca tivera de fato o amor de Lírio não foi tão simples; doeu.
Mas estava convencida de que o amor que vivenciara tinha sua beleza;
Não sabotaria o coração negando-o, como se ele não tivesse sido tão especial.
Esforçou-se sim em não abrir o coração em nome dos conceitos,
valores ou  sei lá o quê, mas por mais que tentasse ignora-lo , parecer indiferente ,
não seria injusta consigo mesma e com ele;
"A quele amor valeu todos os  sonetos;  poesias e sonhos"

Haveria de cantá-lo sim, num tom suave e doce,
A partir dele e por ele Tornara se melhor,
mais sensível, perseptiva, compreensiva, terna e romântica...
Sim! tivera a sua chance de descobrir o amor,
Ofereceria-o a quem nunca o tivera experimentado
Quem sabe "abriria uma janela" nalgum  coração fechado
para a  sua beleza e riqueza ...
Pensava tudo isso enquanto observava-o no sofá da casa da irmã,
ele  brincando com Lily, a sobrinha que ainda não completara um ano de vida;
menina linda,de olhos castanhos e vivos.
Precisava compreender. Aceitar que Lírio não tivera intenção de magoá-la,
mas agira movido tão somente pelo caminho que considerava melhor
e menos indolor para cada um...
Não! Não questionou Lírio!
Receio da resposta, ou do silêncio...
Exatamente com ele aprendera a linguagem do calar.
Lírio esquivava-se sempre. Media palavras.
Desviava o olhar quando percebia  o seu.
Mas ainda assim podia-se notar a olhos vistos
uma doçura qualquer, uma beleza que acendia por dentro...
Quem sabe o amor ainda estivesse lá...
Não Houve o toque das mãos,
Não houve o beijo, não sei se a intenção,
Não houve a briga de amor,
Não houve cobranças ou palavras duras, nem sei se intenção...
Houve respeito, carinho, ternura, amargura talvez...
Mas houve julgamentos de muitos em relação aquele encontro,
pedras foram  atiradas em Íxia,
 "não poderia receber o ex já que estava namorando"
Por um momento sentiu-se tão ofendida com aquelas acusações
injustas que teve vontade de voltar no tempo...
Teria feito tudo diferente...


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