Parte XXXI (...eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.") Mário Quintana,


Lírio estava diante dela!

Sua presença era tão forte, que desconstruía todos os muros
e barreiras que havia construído.
Ele estava ali, no mundo dela.

Não sabia muito bem como lidar com aquelas sensações.
Sorriu amarelo... Ele compreendeu o sorriso .
A verdade, o que não compreendia era  o que  havia acontecido;
Antes, havia muita  cumplicidade no olhar entre eles,
os sorrisos desabrochavam como flor...
Lírio parecia se perguntar no instante em que a olhava;
Porque havia deixado escapar a chance de viver aquele amor?
Ele não sabia o que dizer; simplesmente queria parar o tempo,
"morar" naquele instante.
Ironicamente, Íxia , no dia em que deveria falar todas as coisas que imaginou,
pensou e ensaiou durantes  todos aqueles meses,
só conseguiiu balbuciar algumas palavras sobre o tempo
e fazer gracinhas sem sentido algum.
Havia se imaginado diante dele em mil situações,
mas nenhuma delas sequer chegou perto da sensação real daquele momento;
Um misto de angústia, raiva, felicidade, uma tensão pairada no ar...
A história dos dois passava como um filme em segundos pela sua cabeça
"aqueles benditos quinze meses"
Afinal, onde estivera todo aquele tempo? Em Marte? 
Será que não tivera sequer "dez minutos" pra postar no correio

"OI! ESTOU VIVO"!!!!!!!!!
Enquanto olhava fixamente nos olhos dele
tentando decifrá-los
(
Havia algo nele inigmático).
Ele sorria meio sem jeito, mas seu desconforto era visível;
percebia-se pelo riso sem graça e os
desvios de olhar.
Ele balbuciou uma frase que fez com que o frio lhe percorresse a espinha:
-PORQUÊ?
Como assim? Pensou Íxia.
Estivera o tempo todo suspirando por uma notícia dele e nada,
o que ficara sabendo sobre ele era muito pouco, vinha de alguns primos

e poucos amigos que tinham em comum.
Teve vontade de "gritar bem alto" que o havia esperado por todo aquele tempo. mas conteve-se...

( Só ela soube  o esforço sobre-humano para parecer minimamente equilibrada e fria)
Enquanto seu
coração saia pela ponta dos dedos, e em cada pulsação um sentimento...
Perto de tudo o que sentia, palavras eram apenas palavras...

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