Aprendi ler e escrever
com a cartilha
"Os três porquinhos":
Palhaço, palito, Pedrico e um lobo pra lá de mau...


Recebíamos as páginas separadas,
ficávamos curiosos pra saber o final da história
só podíamos passar pra página seguinte,
sabendo ler e escrever a anterior...
Alguns decoravam,tinham dificuldades de aprendizagem.
Hoje compreendo, métodos e didática ultrapassados.
Não gostei da minha professora da segunda série,
Era ríspida, constrangia os alunos,
não pendurava os desenhos de todos no varal.
Ainda me lembro o que dizia:
-Tá horrível, volta e faz alguma coisa que presta.
Lembro-me com saudade da "pinguelinha"
aonde sempre ia após a aula.
Me impressionava pessoas passando sem qualquer medo...
A Léia corria sobre aquele pedaço de madeira
Lá embaixo esgoto a céu aberto...
Tinha medo, mas uma grande vontade de atravessar...
Um dia, disse a mim mesma:
“Se os outros podem porque eu não posso?”
Tomei coragem. Atravessei!
Na minha ingenuidade de menina
tive ainda mais raiva do lobo mau...
Ele nem precisaria fazer muito esforço
e a casa da Léia viria ao chão...
Era de Pau, mas uma madeira tão fraquinha...
Ela nem ligava, era feliz, vivia sorrindo...
Por dois anos seguidos estudamos e nos divertímos muito
até que um dia,teve que se mudar...
Hoje eu sei, no seu caso o LOBO MAU não era exatamente uma raposa,
a história era muito mais complexa...
Guardo-a comigo na lembrança... O seu jeito sorridente de ser,
ver e sentir as coisas. "sempre de alto astral"

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