"As melhores coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração"


Os dias e as horas renovam nossas amizades.
trazendo sempre novas emoções e levando outras,
que
apesar da corrida louca do tempo
deixam em nós marcas inesquecíveis
através de doces lembranças...

...................................................
Um sonho de menina

Eram 10 hs da manhã quando o carteiro entregou uma carta,
meu coração pulsou mais forte
Era dele... só podia ser. Meu grande amor! Meu grande e escondido amor
Corri, subi pela escada do sótão, nem quis acender a luz. Tinha pressa.
Peguei uma pequena lanterna de meu pai.
Ah... lá estava a carta.
Palavras eram lindas... romanticas.
Puxa vida! Será que eu estava namorando?
A euforia de menina enamorada juntou-se
à tensão, à dúvida. Como dizer aos meus pais?
Logo essa tensão sumia, pois suas doces palavras eram mais presentes do que o medo.
"Diz sim e desde hoje serei teu namorado...
Gosto de ti menina, desde a primeira vez que te vi.
Quero dizer- te que nunca mais saiu dos meus pensamentos."
O tempo passou.
Não respondi a nenhuma carta.
Sei lá por quê. Talvez timidez de uma jovem menina,
embora desde aquele, já me sentisse enamorada... e namorada.
Porque antes disso ele já era o meu amor.
E então este era o meu segredo. Um segredo de menina.
Com meu jeito juvenil, todos os dias mal chegava da escola, corria pro sotão
e pegava as cartas escondidas dentro de uma cama que tinha fundo falso.
Ficava num quarto de visitas quase nunca usado, de forma que praticamente só eu tinha acesso. Acesso ao meu sonho. Um sonho de amor. Um sonho de menina.
Apertava as cartas no peito antes de lê-las, uma por uma. Já havia até decorado o conteúdo delas, mas o gostoso era ler.
Porém um dia, a dor. Cheguei da escola e a cama não estava lá.
Minha mãe havia doado a cama e claro, junto com ela, minhas cartas de amor. Cartas de uma menina
Ah, como eu chorei...chorei como uma criança que perde o seu brinquedo mais querido.
No meu caso, não mais um simples brinquedo,
e sim algo precioso, que alimentava meus sentimentos de menina.
Emoções e sentimentos guardados num coração que não cabia em si
de felicidade e esperança de viver o amor maior.
Neste dia me senti muito triste imaginando que uma luzinha se apagou para mim.
A luzinha do amor que eu via no fim do túnel havia sumido... e eu tão menina.
Olhei pela janela pensativa.
Mesmo tristinha, achei um espaço para um breve sorriso, pois a lembrança, a ternura, o afeto , o amor, todas as palavras doces daquele rapaz já moravam em mim.
As cartas, o papel em si, se foram, mas as emoções e sensações que elas me provocaram, jamais saíram de mim. Ficaram tão inseridas no meu íntimo que ainda me sinto a mesma menina sonhadora de um grande amor, porque ninguém pode tirar... um sonho de menina.


(Regina Paoli, colaboração de Carlos Soares, Poeta de GV)

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